Autor: Emma Donoghue
Nº de páginas: 349
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Classificação: ♥♥♥♥♥
Sinopse: "Para Jack, um esperto menino de 5 anos, o quarto é o único mundo que conhece. É onde ele nasceu e cresceu, e onde vive com sua mãe, enquanto eles aprendem, leem, comem, dormem e brincam. À noite, sua mãe o fecha em segurança no guarda-roupa, onde ele deve estar dormindo quando o velho Nick vem visitá-la. O quarto é a casa de Jack, mas, para sua mãe, é a prisão onde o velho Nick a mantém há sete anos. Com determinação, criatividade e um imenso amor maternal, a mãe criou ali uma vida para Jack. Mas ela sabe que isso não é suficiente, para nenhum dos dois. Então, ela elabora um ousado plano de fuga, que conta com a bravura de seu filho e com uma boa dose de sorte. O que ela não percebe, porém, é como está despreparada para fazer o plano funcionar."
Esse foi um livro que realmente me emocionou e fez com que eu me apaixonasse por Jack, um menino de cinco anos que sabe tudo, mas ao mesmo tempo sabe nada.
Sua mãe foi raptada pelo Velho Nick aos 19 anos e mantida em cativeiro até os 26, porém nos últimos cinco anos desse pesadelo teve o maior orgulho de sua vida como companheiro no pequeno Quarto em que vivem.
Acho importante dizer que a tal Mãe é realmente muito dedicada. Tenta fazer com que Jack cresça como um menino normal (na medida do possível dentro dum quarto minusculo, com dois ou três brinquedos, sem amigos, sem professores... vocês entenderam, né?): brinca com ele quase todos os dias - exceto quando ela está "Fora" -, ensina tudo que lembra das suas aulas, faz com que ele tenha uma alimentação saudável, sempre comendo verduras (mães!), dá aula de educação física (de uma forma realmente muito criativa) e até faz com que seus gritos desesperados por socorro pareçam uma brincadeira.
Nosso protagonista é muito inteligente, sabe tudo sobre o Quarto, seu único mundo. Para que não vivesse na angústia de nunca conhecer o "Lá Fora", sua mãe o fez acreditar que na verdade o Lá Fora não existe, que é tudo ficção e mantem essa ilusão até o menino completar cinco anos, quando não aguenta mais ser abusada pelo Velho Nick e resolve montar um plano de fuga.
Pulaaaando essa parte, vamos falar do que eles acham do Lá Fora.
Jack simplesmente odeia. Sim, ele odeia a tal "liberdade" e quer voltar para o Quarto, onde ele conhece cada centimetro e, sinceramente, é fácil entendê-lo. Imagina que você passou toda sua vida num só lugar, num lugar minúsculo, creendo que aquilo era tudo que existia e, de repente, você se vê diante de um mundo totalmente novo, onde você não pode andar descalço, tem que falar com pessoas novas a todo momento e pode ganhar presente qualquer dia, não mais limitado a somente um presente por semana - o presente de Domingo, que você só entenderá a importância para eles lendo o livro.
A Mãe também não lida muito bem com as mudanças repentinas, com as perguntas incessantes, Jack perguntando sobre tudo, reclamando do "mundo real" e repórteres a sua volta a todo momento.
Seus novos familiares apresentam à Jack uma parte do mundo que ele nunca viu e lhe dão algumas liçõezinhas que até arrancam uma e outra risada, graças a inocência - ou extrema sabedoria? - do menino.
"Quarto" é um livro realmente perfeito, faz com que um menino de cinco anos, que não conhece nada do Mundo nos faça refletir profundamente.
A leitura não é rápida nem fácil, temos que interpretar com calma algumas coisas que Jack diz - demorei anos para entender o que ele quera dizer com "tomar um pouco", por exemplo -, mas realmente vale a pena.
Espero que tenham gostado da resenha, que ela tenha deixado vocês com vontade de ler essa maravilhosa obra.
Esse foi um livro que realmente me emocionou e fez com que eu me apaixonasse por Jack, um menino de cinco anos que sabe tudo, mas ao mesmo tempo sabe nada.
Sua mãe foi raptada pelo Velho Nick aos 19 anos e mantida em cativeiro até os 26, porém nos últimos cinco anos desse pesadelo teve o maior orgulho de sua vida como companheiro no pequeno Quarto em que vivem.
Acho importante dizer que a tal Mãe é realmente muito dedicada. Tenta fazer com que Jack cresça como um menino normal (na medida do possível dentro dum quarto minusculo, com dois ou três brinquedos, sem amigos, sem professores... vocês entenderam, né?): brinca com ele quase todos os dias - exceto quando ela está "Fora" -, ensina tudo que lembra das suas aulas, faz com que ele tenha uma alimentação saudável, sempre comendo verduras (mães!), dá aula de educação física (de uma forma realmente muito criativa) e até faz com que seus gritos desesperados por socorro pareçam uma brincadeira.
Nosso protagonista é muito inteligente, sabe tudo sobre o Quarto, seu único mundo. Para que não vivesse na angústia de nunca conhecer o "Lá Fora", sua mãe o fez acreditar que na verdade o Lá Fora não existe, que é tudo ficção e mantem essa ilusão até o menino completar cinco anos, quando não aguenta mais ser abusada pelo Velho Nick e resolve montar um plano de fuga.
Quando eu tinha quatro anos, eu achava que tudo na TV era só TV, aí eu fiz cinca e a Mãe desdizeu que uma porção de coisas eram só imagens do real e falou que o Lá Fora era totalmente real. Agora eu estou no Lá Fora, mas acontece que um monte dele não tem nada de real.Não quero entregar muito como eles fogem, porque creio que essa é a parte mais emocionante do livro. Emma escreveu tão bem que em poucas páginas fiquei numa espécie de ping-pong: raiva da Mãe, raiva do Jack, raiva da Mãe, raiva do Jack.
Pulaaaando essa parte, vamos falar do que eles acham do Lá Fora.
Jack simplesmente odeia. Sim, ele odeia a tal "liberdade" e quer voltar para o Quarto, onde ele conhece cada centimetro e, sinceramente, é fácil entendê-lo. Imagina que você passou toda sua vida num só lugar, num lugar minúsculo, creendo que aquilo era tudo que existia e, de repente, você se vê diante de um mundo totalmente novo, onde você não pode andar descalço, tem que falar com pessoas novas a todo momento e pode ganhar presente qualquer dia, não mais limitado a somente um presente por semana - o presente de Domingo, que você só entenderá a importância para eles lendo o livro.
A Mãe também não lida muito bem com as mudanças repentinas, com as perguntas incessantes, Jack perguntando sobre tudo, reclamando do "mundo real" e repórteres a sua volta a todo momento.
A mãe cantava músicas pra mim, mas agora não tem mais nada disso. Ela deu com a minha cabeça na mesa do Quarto Número Sete. Tomou o remédio ruim, acho que estava cansada demais para continuar brincando, ficou com pressa de ir pro Céu e aí não esperou, por que ela não me esperou?Também temos choques na área familiar: Jack e a Mãe conhecem novos parentes e sofrem algumas decepções, o que acho que contribui bastante para a Mãe fazer o que fez - embora ainda ache totalmente errado.
Seus novos familiares apresentam à Jack uma parte do mundo que ele nunca viu e lhe dão algumas liçõezinhas que até arrancam uma e outra risada, graças a inocência - ou extrema sabedoria? - do menino.
- Oi, parceiro - Era o meu Tio Paul, eu não sabia que deixavam ele entrar no refeitório. Acho que parceiro é o jeito de homem dizer amorzinho.
"Quarto" é um livro realmente perfeito, faz com que um menino de cinco anos, que não conhece nada do Mundo nos faça refletir profundamente.
Além disso, em todo lugar que eu olho para as crianças, os adultos quase todos parecem não gostar delas, nem mesmo os pais. Eles chamam os filhos de lindos e tão bonitinhos, mandam as criaças fazerem tudo de novo para eles poderem tirar fotos, mas não querem de verdade brincar com elas, preferem tomar café conversando com outros adultos. Às vees tem um bebezinho chorando e a Mãe dele nem ouve.
A leitura não é rápida nem fácil, temos que interpretar com calma algumas coisas que Jack diz - demorei anos para entender o que ele quera dizer com "tomar um pouco", por exemplo -, mas realmente vale a pena.
Espero que tenham gostado da resenha, que ela tenha deixado vocês com vontade de ler essa maravilhosa obra.
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